*MEC-USAID. O Acordo que Entregou as Diretrizes Da Educação Brasileira aos EUA em 1968

Muitos esquerdistas e até marxistas raiz, andam afirmando que o mundo será diferente após esta pandemia do vírus corona.

Nós nadamos contra a corrente, acho que o ultraliberalismo vai adotar todas suas medias efetivando assim um sistema de controle total, algumas medidas inclusive estão sendo colocadas em pratica atualmente, como é o estado do Paraná no Brasil e mais alguns estados administrados pela direita. implantando o sistema EAD na escola pública, está começando como medida de contingencia, porém sabemos como o sistema é cruel e no Brasil todo provisório acaba se tornando definitivo.

vale lembrar que os EADs fazem parte do plano MEC/Usaid como é demonstrado abaixo.

O fim da escola pública pretendido é a implementação da escola particular definitiva,é o “ratium-studiorum“, (agora no neo-liberalismo), travestido de consenso de Washington.

Acordos MEC-USAID Durante a Ditadura Militar

Os Acordos “MEC-USAID” foram implementados no Brasil com a lei 5.540/68. Negociados secretamente, só se tornaram públicos em novembro de 1966 após intensa pressão das massas. Foram secretamente negociados e colocados em pratica entre; o Ministério da Educação (MEC) do Brasil e a United States Agency for International Development (USAID) para reformar o ensino brasileiro de acordo com padrões impostos pelos EUA. Apesar de ampla discussão anterior sobre a educação (iniciada ainda em 1961 na gestão Jango), essas reformas {Continuada com a “reforma consentida” em 1968} foram implantadas pelos militares  personagens do regime autocrático instalado em  1964. Se 1968 foi um “ano inacabado” a plano mundial pela repressão que aconpanhou o desejo de mudanças, provavelmente no Brasil esta afirmação ficou evidente, Sentimos a influência do acordo (na França se chamou “Plano Fouchet” {Tem estudantes demais nas universidades} sendo este um dos motivos das revoltas estudantís na França em 1968) até os dias atuais.

Os acordos MEC-USAID objetivavam enquadrar o ensino superior brasileiro nos moldes estadunidenses. A educação orientada conforme os acordos, visava instituir uma metodologia tecnicista e liberal da educação onde esta seria concebida somente enquanto formadora de trabalhadores. A educação enquanto “emancipação e para a compreensão da história humana e a elevação do intelecto/social” não teria espaço na política destes acordos, pois a escola e a universidade teriam como tarefa a formação de quadros para a indústria. Sendo assim: Brasileiros seriam formados de acordo com suas funções nas linhas de montagens, aptos a obedecer ordens.

Os convênios tinham como objetivo uma profunda reforma no ensino brasileiro e a implantação do modelo estadunidense nas universidades brasileiras. Pelo acordo MEC/USAID, o ensino superior exerceria um papel estratégico porque caberia a ele forjar o novo quadro técnico que desse conta do novo projeto econômico brasileiro, alinhado com a política norte-americana. Além disso, visava a contratação de assessores americanos para auxiliar nas reformas da educação pública, em todos os níveis de ensino.

Para nortearmos no contexto histórico. A reforma visível para as massas ocorreu na renomeação dos cursos. Os antigos cursos primário (5 anos) e ginasial (4 anos) foram fundidos e renomeados como primeiro grau, com oito anos de duração. Já o antigo curso científico foi fundido com o clássico e passou a ser denominado segundo grau, com três anos de duração. O curso universitário passou a ser denominado terceiro grau. Essa reforma eliminou um ano de estudos, fazendo com que o Brasil tivesse apenas 11 níveis até chegar ao fim do segundo grau enquanto países europeus e o Canadá possuem um mínimo de 12 níveis.

Implantação:

Para a implantação do programa o “acordo MEC-USAID” impunha ao Brasil a contratação de assessoramento estadunidense e a obrigatoriedade do ensino da língua inglesa desde a primeira série do primeiro grau. Os técnicos oriundos dos Estados Unidos criaram a reforma da educação pública que atingiu todos os níveis de ensino.

Consequências dos Acordos:

A implantação deste regime de ensino também retirou matérias consideradas obsoletas do currículo, tais como: Filosofia, Latim, Educação Política, cortou-se a carga horária de várias matérias e inseriu outras como Educação Moral e Cívica. Matérias como História tiveram sua carga horária reduzida para que estudantes da época não tivessem seus olhos abertos em relação à ditadura.

Crítica:

O MEC-USAID, na verdade tinha como proposta inicial privatizar as escolas públicas. Este pensamento esta profundamente incrustado nas teorias neoliberais até hoje. Regiões geridas por politicos neoliberais provam isso, sofrem um desmonte vergonhoso da educação pública, com desvalorizações sistematicas dos professores e profissionais, decadencia das dependencias escolares, violencia contra docentes e alunos objetivando a desmoralização do ensino, enfraquecimento e idiotização do curriculun escolar, falta de respeito quanto a cultura regional dos envolvidos, etc.

Matérias como; sociologia, história e filosofia são relegadas a segundo plano e dentro do proprio corpo docente existe professores que as criticam.

A multiplicação de cursos técnicos e ead’s mostra bem que se visa mais o lucro com a clientela (como hoje os alunos são classificados), do que a elevação intelectual do ser humano, ead’s foram introduzidos na decada de 90 pelo fmi e alastraran-se com o advento da internet. Os cursos de tecnólogos de 2 anos, equivalem como uma faculdade e dão o direito ao formando de fazerem especalização, mestrado e doutorado, se o estudante se dedicar , em cinco anos será um doutor. Cada vez mais, transformando seres-humanos em ferramentas aptas a produzir aquilo a que foram propostos pelo regime burgues de produção e dominação. É a consolidação da transformação do humano em maquina produtora

Fonte:

http://www.freinet.org.br/pedagogia-freinet

http://ditaduranuncamais.cnte.org.br/o-retrocesso-na-educacao/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordos_MEC-USAID

http://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/Aurora/SANTOS.pdf

Leia também:

La CIA en las universidades: cómo la inteligencia controla a profesores de élite

https://radioproletario.wordpress.com/2015/09/17/10-diferencas-entre-o-feminismo-libertario-e-o-feminismo-burgues/

A Privataria Parte Para a Educação:  https://radioproletario.wordpress.com/2015/11/27/a-privataria-parte-para-a-educacao/

Por villorBlue

3 comentários sobre “*MEC-USAID. O Acordo que Entregou as Diretrizes Da Educação Brasileira aos EUA em 1968

  1. […] Coronavírus: alguns sentem tanto medo que precisam negar o que está acontecendo, diz psicanalistaProfessor do Instituto de Psicologia da USP Christian Dunker afirma que os efeito psíquicos do isolamento social podem se prolongar por anos e que o melhor, neste momento, é não tomar grandes…bbc.com 5) Parto desta sugestão de Dunker, mas gostaria de ir além. Por muito tempo, dizíamos que os brasileiros eram por demais ansiosos e que não conseguiam enfrentar grandes desafios. Lembro de ouvir isso desde criança, principalmente durante os jogos olímpicos. 6) Éramos um país gigante, com população fisicamente forte e com ginga e malícia suficientes para nos destacarmos em qualquer esporte, principalmente os coletivos. Mas, na prática, a promessa não se realizava. Diziam que amarelávamos numa decisão. 7) Tantos outros apontaram alguma falha em nosso modo de ser. Na sociologia, transitamos entre o “’homem cordial” que necessitava do afeto e que não tolerava o compromisso para além dos objetivos egoístas, até a incapacidade de formularmos um projeto de classe (seja ela qual for) 8) Nossas elites adoram a conciliação. Desde que saiam ganhando. Nunca conseguiram pensar no próximo. Só praticam as técnicas ou relatórios de planejamento até a página 2. O imediatismo é sua bússola. Este traço de personalidade parece nos transformar em ostras 9) Pode até ser. Mas, prefiro a sugestão sartreana: não temos essência; como humanos, fazemos escolhas. Se é assim, então fica a questão: por qual motivo fazemos estas escolhas da fuga à responsabilidade? Por que sempre escolhemos a fuga para o futuro? Aqui entra a educação 10) Educação, para a linhagem mais tradicional, é processo de socialização, de convencimento à “submissão consentida” para deixarmos de sermos guiados pela pulsão de momento e ingressarmos no mundo das regras sociais. 11) Para as teses mais progressistas, de Dewey ou Paulo Freire, o objetivo era promover a autonomia, a capacidade de cada um perceber sua importância para a convivência social e, assim, se conter e elaborar normas de conduta a partir de sua consciência social. 12) Ora, nenhuma dessas teses parece ter vingado. Ao menos para dezenas de milhões de brasileiros que negam o que está estampado à sua frente. 13) Pesquisa do Instituto Gallup revelou que 35% dos brasileiros desconfiam das pesquisas científicas. 20% avaliam que seria justificável o chefe do governo fechar o Congresso diante de dificuldades (pesquisa “A Cara da Democracia”). 14) São mais de 30 milhões de brasileiros que se negam a conviver com a realidade, com o próximo, com a adversidade. Um fracasso retumbante do nosso processo educacional. O que nos fez errar tanto? 15) Vou propor uma tese polêmica: preferimos adotar pacotes exógenos à nossa cultura que valorizar nossos pensadores da área educacional. Esta tese foi se formando em minha mente quando soube que a educação finlandesa se baseia nas teorias de Paulo Freire e Anísio Teixeira 16) Um pouco deste descaso com as teses educacionais brasileiras vêm da forte intervenção gerencialista dos EUA em nosso país, desde a década de 1950. Naquela quadra de nossa história, no início da Guerra Fria, os EUA investiram forte para formar uma cultura educacional por aqui 17) Sete Estados brasileiros foram contemplados com bolsas de estudos para levar educadores a se formarem em gestão escolar e formulação de currículos na terra do tio Sam. Logo aquele país que detém um dos piores desempenhos em educação básica do continente. Mas, lá fomos nós. 18) Voltamos à lógica norte-americana durante a ditadura militar, implantando os controles de inspiração taylorista com as famosas “delegacias de ensino” e os “inspetores” que controlavam tudo e todos. 19) Durante a ditadura, a atividade-fim da educação perdeu qualquer poder para as atividades-meio. Seria como um jogador de futebol não conseguir cobrar o pênalti porque treinador, preparador físico e psicólogo desportivo ficassem no seu ouvido dando instruções infindáveis 20) Durante os governos lulistas, não foi diferente. Com Haddad, importamos as avaliações externas como sendo o suprassumo da modernidade. Ocorre que uma de suas formuladoras, a norte-americana Diane Ravitch, publicou um livro revelando que esta política foi um imenso erro 21) Agora, uma leva de empresários e doutrinadores de extrema-direita querem nos convencer que a relação social que caracteriza todo processo educacional deve ser substituídos por aulas à distância, por aulas em casa (homeschooling) e pela ausência de contato humano 22) Ora, com este currículo nas costas, a educação brasileira mata o talento dos professores. Há décadas, substituímos a autonomia dos craques pelas tabelas de controle burocrático. 23) No que dá esta trajetória toda? Em alunos que consideram a sala de aula chata, que elegem, segundo pesquisadores da UNESCO em nosso país, que sala de aula, corredores, secretaria e direção escolar são o que há de pior em nossas escolas. 24) Não há relação entre o mundo real e o que estamos ensinando. E o futuro parece ainda mais equivocado. Gestores educacionais brasileiros gostam de estrangeirismos, gostam de projetos apresentados em tabelas, Power Point vibrantes com música da hora no fundo. Gostam de pacotes 25) Não conseguimos formar uma nação. Não conseguimos pensar uma política educacional. Antes, criamos uma longa e esquizofrênica colcha de retalhos que vai dos “cantinhos de alguma coisa” aos testes e premiações para quem chegar mais rápido ao “pote de ouro”. 26) Pote de ouro, na prática, não é a conquista de resultados socialmente válidos, mas a validação dos pacotes empresariais engolidos por nossos gestores. Como acreditar na ciência se ela é massacrada pelas nossas políticas educacionais? 27) Como acreditar numa Base Nacional Comum Curricular se ela foi fruto de negociações com a extrema-direita, buscando doutrinar nossas crianças e adolescentes? 28) Como acreditar no estudo quando o topo da cadeia de gestão educacional insiste em desqualificar o ser humano, o próximo, os chineses e joga o bom senso na lata do lixo? Fracassamos. E estamos colhendo a peste que se formou com tantos erros cometidos ao longo de nossa história 29) Fim da história Sigamos no Twitter o pensador brasileiro Rudá Ricci Leia também: A Ucrânia Criou o Próprio Acordo MECU/USAID Leia também: MEC-USAID. O Acordo que Entregou as Diretrizes Da Educação Brasileira aos EUA em 1968 […]

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